segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Corrida da Baía de Monte Gordo


Juntamente com outros 400 atletas, ontem pelas 10h30 marquei presença em mais uma edição naquela que era até ontem a minha corrida preferida, a corrida da Baía de Monte Gordo.

Digo isto porque ontem sofri, como há muitos anos não sofria numa prova. Sofri e desmoralizei, reflectindo-se na minha desistência a dois terços da prova.

Não desisti parando, desisti no sentido em que parei de lutar e de dar o meu melhor.

O piso foi o meu grande problema e as dores num tornozelo e joelho provocadas pela instabilidade do terreno contribuiram para essa desmoralização.

Além da inclinação, corremos 90% do percurso praticamente em areia solta. Ou corríamos na água em areia mole ou corríamos inclinados em areia solta. Ainda me tentei animar lembrando-me do pessoal que fez a Ultra entre Melides e Tróia, mas nem isso me reanimou o espírito.

A hora a que se iniciou a prova não terá sido bem escolhida, pois tive a sensação que a maré já subia há um bocadinho. Não sei se tivemos azar este ano com as areias ou se houve má previsão com as marés, mas se para o ano estiver assim, e eu souber de antemão, provavelmente não ponho lá os pés.

Nem sequer tem a ver com a dificuldade, mas sim com o receio das lesões. Aquela é supostamente uma prova rápida, e correr com dores, aos tropeções e a desequilibrar-me não é minimamente prazeiroso.
Em geral o pessoal sofreu muito este ano, à parte do meu amigo Álvaro que esteve em grande, terminando a prova em 2.º lugar geral.
Parabéns Álvaro! Isso é que foi um mexer de pernas, hein?!

Mais uma vez tivemos um magnífico público que só quer é brincadeira. Pareceu-me até que tivemos mais público este ano. A crise aqui nas praias do Algarve não se faz sentir em Agosto.

Esta prova costuma ser uma das minhas preferidas, acima de tudo devido ao entusiasmo do público que nos últimos kms forma um corredor de gente animada a apoiar-nos.

Para reflectir:

Para melhorar, a organização poderia ponderar ter um ponto de abastecimento a meio da prova. Sendo uma prova de praia de 8 kms, o calor aperta, e há sempre atletas que se queixam de alguma desidratação.

Eu não sinto essa necessidade de abastecer a meio, mas seria agradável. A apontar tenho apenas o facto de nos entregarem apenas uma garrafinha de 33 cl de água e não nos permitirem repetir a dose.

Este ano entregaram-nos um pequeno troféu, mas a minha sugestão para o próximo ano é não darem a todos os participantes o troféu de acrílico (que, no fundo, não serve para nada), para que haja fundos para mais águas.

Parece-me uma medida simples, até que para mim essa coisa dos sacos não é muito importante. É que T-shirts há muitas e já são demais na gaveta lá de casa.

Era mais giro gastarem o dinheiro numas belas melancias e em bebidas, para o final da prova. Servia também para o pessoal ficar ali a conviver um pouco, que é outra coisa que gostava de mencionar. Acaba-se a prova numa das melhores praias algarvias, entregam os troféus muito antes da prova acabar e depois não há mais nada, o pessoal desaparece e ninguém confraternizou. Parece-me a mim que umas melancias podiam ajudar...

É só uma sugestão, porque de resto não tenho mais nada a apontar à organização, que de resto são sempre uma simpatia.

E se as marés e o permitirem lá estarei para o ano.

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