segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Aprender a voar



Hoje foi um dia especial - ensinei o meu filho a andar de bicicleta. Foi uma tarde que certamente nem tão cedo ambos esqueceremos.
Há semanas atrás disse ao meu pequeno que a prenda de Natal para o pai seria a surpresa de ele aprender a andar de bicicleta. Disse-lhe que teríamos as férias de Natal para praticar, no entanto, para meu espanto, não foi preciso tanto tempo.
O petiz ao fim de 5 minutos pediu-me que o largasse. A muito custo, cedi. E não é que ganhou asas? Levantou asas e partiu. E de repente vi o meu menino ir estrada fora a bater asas. O meu pardalito.
O meu coração bateu mais forte e as pernas tinham dificuldade em acompanhá-lo ( a Meia de Sevilha deixou-me os gémeos de rastos), senti-lhe a adrenalina a correr pelo corpito acima...
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Há cerca de 26 anos atrás experimentei o mesmo tipo de sensações. Aprender a andar de bicicleta foi provavelmente o momento apoteótico da minha infância. Dificilmente consigo descrever o que aquele momento significou para aquela maria-rapaz trinca-espinhas de 6-7 anos. Recordo-me sobretudo das muitas esfoladelas nos joelhos, mas acima de tudo da sensação de liberdade e de achar que a partir daquele momento poderia ir até onde quisesse. Não fui muito longe, mas lembro-me de algumas aventuras que na altura, apesar de a poucos km de casa,  me parecerem um grande desafio.
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Felizmente hoje não houve quedas, nem esfoladelas para mais tarde recordar. E aventuras, espero eu que só daqui a uns 10 anos. Espero eu, pois que mais pode um pai ou mãe fazer?
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Amanhã mais treinos de ciclismo para o pequeno ciclista. Vamos tentar não atropelar nem crianças nem idosos, porque o resto das pessoas não faz mal, diz o pai. Essas desviam-se. Amanhã vamos para o calçadão, e tentaremos além de contornar obstáculos, dar curvas.
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E só mais uma nota: isto com as crianças não há que forçar. O meu irmão aprendeu a andar de bicicleta aos 4 anos, eu, como disse, foi mais tarde. Os homens da família pareciam já ter desistido das habilidades atléticas do pequeno. Eu nunca me impus, nem nunca incentivei muito pois ele parecia ter medo de deixar as rodinhas, e eu tinha medo que ele perdesse os dentes da frente tão cedo.Até hoje. Ele assim o escolheu. Foi o momento certo para ele. Aos 7 anos de idade e em 5 minutos.
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Tour de France, here we go!

(Assim que puder volto com novidades da Meia de Sevilha, de ontem. Au revoir!)

3 comentários:

  1. Olá Lénia
    belas palavras escritas com o coração como só uma mãe (vá lá também um pai) o conseguem fazer.
    Feliz e sereno Natal.
    Abraço.

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  2. e lá se foi o comentário da 1/2 maratona...
    prioridade a quem tem prioridade :-), deixa-o voar!!!
    estão os dois (ou os quatro) de parabens....
    abraço,

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  3. Obrigada meus queridos amigos!

    Um Santo Natal para todos!

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