Começam agora os dias cinzentos, alguns com chuva que nos podem trocar as voltas no que diz respeito ao nosso plano de treinos.
Na sexta-feira falhei a oportunidade de ir pedalar porque à noite me fui deitar a pensar que ia estar um grande temporal e que nem valia a pena considerar a hipótese de levar a Claudinha a passear nessas condições.
Tinha até às 8h30 para pedalar. De manhã acordo já perto das 8h e nada. Tudo seco!
Grande chatice, pensei... Mas já não me enganam outra vez!
No sábado, parecia estar mais ameaçador, mas lá me fiz à estrada às sete, tendo apanhado chuva só lá perto das 9h30, quase a chegar a casa. E senti-me óptima! Quem corre à chuva sabe como é óptimo e retemperador apanhar chuva durante um treino, na bicicleta também é óptimo, mas a adrenalina é superior, pois existe o factor de risco aumentado.
Sempre evitei a chuva no ciclismo. Nunca saía de casa, caso a previsão desse dia apontasse alguns chuviscos. Mas no ano passado tudo mudou, quando treinava para o Tróia-Sagres (evento em meados de Dezembro em que percorremos continuamente os 200km que separam Tróia da vila de Sagres a pedalar).
Um dia, ao sair de casa para pedalar o céu ameaçava chuva e passados 15 minutos começou a chuviscar, de imediato dei meia volta para trás. Numa pequena curva ali em Vilamoura, senti a roda a derrapar e as minhas bpm a subir a pique.
Ok, sobrevivi, não foi assim tão mau... No entanto, nesse regresso ainda escolhi um percurso que não tivesse descidas muito inclinadas, pois o meu maior medo eram as descidas e ter de travar, mas ao chegar a casa reflecti sobre isto, falei com alguns amigos e achei que era altura de lutar contra este medo.
E teve de ser mesmo assim, pois tivemos um Inverno muito chuvoso e se tivesse deixado de sair com a Claudinha sempre que visse umas nuvens negras no céu, teria sido muito difícil acumular os km que precisava para cumprir o meu objectivo de pedalar os 200km.
No sábado passado derrapei duas vezes, e nesse momento pensei que cairia. Nesse dia relembrei algumas lições aprendidas no passado:
- evitar travar numa curva;
- ter muito cuidado com as riscas das passadeiras e outras linhas pintadas na estrada, para derrapar são do melhor;
- travar sempre antecipadamente, ou seja, não travar em cima do acontecimento, pois os travões molhados não respondem da mesma forma;
- evitar ao máximo as poças de água, nunca se sabe o que escondem;
- apostar na visibilidade com luzes, mesmo que já esteja de dia.
É claro que se estiver a chover no momento em que estou a sair de casa, provavelmente não saio. Evito a chuva pelo desconforto, e por uma questão de saúde também, pois andar durante 2 horas toda molhada e com frio não é decididamente a melhor sensação do mundo. No entanto se a apanhar a meio, já não é uma situação que me preocupa, como acontecia antes.
Ainda agora me recordo de no ano passado ter apanhado em Albufeira uma chuvada tão forte que nem conseguia ver bem a estrada à frente. E ainda tinha 25km pela frente até casa.
Mas sobrevivi, mais uma vez!